Responda a uma das orientações de leitura, ou mais:
1. Especule sobre sentidos possíveis da nota de Augustus a Pym:
1. Neste blogue, uma leitora deixou uma lista de sugestões sobre os temas do romance de Edgar A. Poe. Comente, especificando ou acrescentando.
2. A autora do blogue também refere que faz pouco sentido a forma diarística que encontramos a partir do capítulo VI, já que a história é escrita é em retrospectiva. Que outros géneros literários se imiscuem nesta narrativa? Tamanha hibridez é confusa? Há transições questionáveis? Especifique.
3. Como interpreta o final do romance?
5 comments:
I find the end of the novel very intriguing (and also a little bit frustrating because the end it’s not completely clear – but I guess that’s what creates its own beauty) because it abruptly ends with the appearance of a strange white shrouded figure; they are different ways to interpret it.
I believe that the “giant albatross” represented death (since Poe is always beautifully using supernatural language instead of saying the exact words). And death itself can be very sudden, and without actual notice and that’s why the novel ends to abruptly – because life is uncertain and sometimes is not truly foreseeable (and that’s why the description itself of the white figure “giant albatross” is not completely “accurate” in its own description and meaning.
One way to also interpret it, would be Poe’s clear intention to make the story ending even more scary and macabre by not telling us what truly happened – our minds can create our own scary solution to the story’s ending.
A meu ver os temas apontados pela leitora parecem-me todos acertados no entanto discordo um pouco com um deles em parte, com o desejo de morrer, pois parece-me que um tema mais acertado seria apenas a morte ou até mesmo a sobrevivência, porque a morte é uma constante na obra e num dos grandes temas da obra o mar ao qual se associa também a morte, e a sobrevivência pois apesar de tudo é uma obra onde apesar das várias mortes vemos a sobrevivência de muitos em contraste com a mesma e por isso não creio que houvesse tanto m “death-wish”, creio que havia mais sorte para sobreviver e até mesmo um instinto para a sobrevivência apesar da morte constante.
Rafaela silva
2. Na obra “The narrative of Arthur Gordon Pym of Nantucket", escrita por Edgar Allan Poe, em 1838, o início da narrativa é marcado por uma descrição de viagens, envolvendo episódios de aventuras marítimas em retrospectiva.
O prefácio do romance refere que as aventuras foram vividas por Arthur Gordon Pym, sugerindo uma narrativa baseada em eventos verídicos, embora admita também a possibilidade de elementos fictícios. Desta forma, o narrador, desde o princípio, semeia uma certa desconfiança no leitor.
Esta suspeita é aumentada através das aventuras náuticas que parecem improváveis, em parte devido aos elementos fantásticos, à excitação e ao risco presente nestas. Além disso, a narrativa torna-se mais complexa pelo facto de Arthur Gordon Pym não se recordar completamente dos eventos, o que contrasta avidamente com o facto de estes serem descritos com altíssimo grau de pormenor.
A desconfiança cresce consideravelmente quando o narrador opta pela forma diarística, que geralmente é utilizada para descrever eventos à medida que ocorrem, o que contradiz a expectativa inicial de que seria um relato de aventuras ocorridas no passado.
Por um lado, esta forma gera bastante confusão relativamente aos objetivos do narrador, pois, a este ponto, este deixa de descrever aventuras fantásticas. Por outro lado, começa a aumentar ainda mais a pormenorização através do uso de coordenadas, datação e de terminologia científica, adotando uma abordagem mais técnica.
Esta transição é incomum e não é coerente com o que foi informado ao leitor no início do texto, portanto, podemos afirmar que estamos na presença de um narrador não confiável.
Estas mudanças levantam questões relativamente aos verdadeiros propósitos do narrador ao desenvolver esta história: Estaria ele a relatar eventos fantásticos e improváveis de maneira engenhosa, ou seriam esses eventos uma introdução para justificar as circunstâncias que levaram às descobertas científicas apresentadas posteriormente? Será que a escolha da forma diarística foi deliberada, destinada a confundir o leitor, em relação à veracidade dos acontecimentos narrados?
Uma figura misteriosa e branca aparece no final de Arthur Gordon Pym. Existem várias interpretações sobre essa figura, mas tudo indica que é algo mais do que humano - "the spell of sanctuous", ou seja, ela se move como um humano, mas não é humano. Também podemos interpretar essa figura como a ideia de que há mais no mundo do que apenas o humano, talvez uma alucinação das personagens ou até mesmo um anjo da morte. Ao mesmo tempo, poderá ser um contraste profundo enraizado em preconceitos de coloração (branco neste caso representa o desconhecido e o medo) e a separação entre seres, realçando assim o contexto racial da obra.
3- Do meu ponto de vista, este final pode representar o desconhecido e o inexplorado. Edgar Allan Poe tinha uma predileção por explorar temas de mistério e terror, e esta figura branca gigantesca pode simbolizar territórios ainda por descobrir. Também podem ser mais alegóricas ou simbólicas, como representações do sobrenatural ou da morte. Outra possibilidadel é que Poe tenha escolhido terminar o romance de forma abrupta de propósito, deixando-nos perplexos e a pensar. A falta de conclusão pode ser deliberada, permitindo que nós, leitores preenchemos as lacunas com as nossas próprias interpretações. O estilo literário enigmático dele é evidente neste final, proporcionando uma sensação de mistério e convidando-nos a refletir sobre o inexplicável.
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