Monday 26 September 2022

T.P.C. Ralph Waldo Emerson, "Nature" (para 29 de novembro e 4 de outubro)

 

De que modo dialogam os dois poemas seguintes (de autores portugueses contemporâneos) com Nature de Emerson?  Poderá inspirar-se nalgum deles (ou em excertos do ensaio de Emerson) para entrar neste diálogo de forma criativa? Experimente.






Em alternativa, produza uma análise de texto do  último parágrafo da p. 1827, que se estende até à 1828. Desde "tTo  speak truly" até  "beautiful as his own nature". 

William Apess, "An Indian's Looking Glass" e a Estrutura do Sermão

 Apess, que foi ministro metodista laico, organiza o seu discurso de modo muito colado à estrutura clássica do sermão:


Exordium (primeiro parágrafo da p. 1868 até p. 1869, antes do primeiro parágrafo.) Introdução do tema e problemas, incluindo evocação a Deus. 

Expositio (com início no primeiro parágrafo da p. 1869 até p. 1870, antes do primeiro paragraph). Maior explicitação dos problemas e sua falta de solução - neste caso, Apess recorre sobretudo a perguntas retóricas, para expor o absurdo dos argumentos sobre a superioridade e desprezo em relação ao nativo, p. exemplo: “…it appears ten times worse in the sight of God and candid men, than skins of color—more disgraceful than all the skins that Jehovah ever made. If black or red skins, or any other skin of color is disgraceful to God, it appears that he has disgraced himself a great deal—for he has made fifteen coloured people to one white, and placed them here upon this earth.”(p.1869).
Confirmatio (início do primeiro parágrafo da 1870 até primeiro parágrafo da p. 1872). Fundamentação do anterior, com recurso a ilustrações bíblicas, por ex.: “The first thing we are to look at, are his precepts, of which we will mention a few. "Thou shalt love the Lord thy God with all thy heart, with all thy soul, with all thy mind, and with all thy strength." The second is like unto it. "Thou shalt love thy neighbor as thyself." On these two precepts hang all the law and the prophets…”(p.1870). 
Peroratio (desde segundo parágrafo, p. 1872 até ao último parágrafo na mesma página).  Lembram-se os pontos principais e influenciam-se as emoções da audiência, neste caso procurando incutir sentimentos de culpa, também porque as pessoas reconhecem que, ao contrário do que são chamadas, não são "noble-hearted" 

Tuesday 20 September 2022

T.P.C. 27 Setembro: William Apess, "An Indian's Looking Glass for the White Man" (1833)

Escolha um excerto de cerca de dez linhas (indicando-o de forma reconhecível) para fazer uma análise de texto.

Tópicos de análise:

- Tema(s) e estrutura

- Sujeito de enunciação

- Importância do texto no contexto da obra e época do autor

- Efeitos linguísticos (adjetivos, colocações, uso de deíticos, redes semânticas, colocações, jogos de palavras, etc.)

- Recursos estilísticos e seu efeito

- Simbolismo

- Narratário / público leitor

- intertextualidade com outros textos da disciplina








Monday 19 September 2022

T. P. C. para 22 de setembro

 Sobre o texto de Washington Irving, "Rip Van Winkle", destaco as seguintes linhas de leitura, e podem comentar sobre qualquer uma delas: 

- prefácio e construção da ficção histórica 

- até que ponto será Rip um americano-tipo ou um americano residual? (e estamos perante uma personagem tipo ou redonda?) 

- relevância do maravilhoso / interlúdio do sonho nesta história.

- intertextualidade - imaginário político e coletivo - conhecem outras histórias semelhantes? qual pode ser o significado desta?


Imagem: Arthur Rackham, 1905.



Apreciação do prefácio de "Rip Van Winkle" por Washington Irving

 


"Rip Van Winkle" é um conto americano, escrito por Washington Irving, e assinado por Geoffrey Crayon, um dos pseudónimos de Irving, para além de Diedrich Knickerbocker, na colectânea de textos The Sketch Book, e é baseado no folclore alemão, porém com cenários e temática adaptada à realidade norte-americana. Contudo, para que a história tivesse um cunho de veracidade, Irving insere um prefácio onde “prepara” o leitor para a história que vai ler, informando-o dos factos que antecederam a escrita da mesma, de forma que a narrativa seja contextualizada.
Primeiramente, esta narrativa pode ser considerada uma narrativa em terceira mão, ou seja: Irving escreve sob o pseudónimo de Crayon, que é uma versão ficcionada do próprio Irving, que por sua vez delega a escrita de Rip Van Winkle para uma terceira pessoa, também ele pseudónimo de Irving, Diedrich Knickerbocker. Ele começa, então, por dizer que esta história foi encontrada no meio de vários escritos de Diedrich. Este é caracterizado como sendo um curioso da história e costumes holandeses, seus antepassados que colonizaram parte da América do Norte aquando da Guerra dos 30 anos (entre 1618 e 1648), em que os Países Baixos, sendo protestantes mas fazendo ainda parte do Império Católico Romano, sofreram várias perseguições religiosas e, por isso, foram fixar-se na América do Norte, ficando conhecidos como “Dutch Settlers”. Contudo, estes “Dutch Settlers” provinham de vários países como a Holanda, a Alemanha, França e Escandinávia. Dada esta curiosidade, Diedrich realiza vários estudos e pesquisas onde se debruçou sobre histórias de famílias “Dutch” tendo descoberto, então, a história de Rip Van Winkle.
Esta história tem como pano de fundo o vale do Rio Hudson, navegado primeiramente por Henry Hudson ao serviço da Holanda no século XVII, e as montanhas de Kaatskill, cujo nome é de origem holandesa. Há aqui, portanto, um elo de ligação entre a história e aquele que a conta, já que ambos têm um elemento em comum: a identidade holandesa. Outro recurso que Washington Irving utiliza para criar um pacto de veridicção é o uso de expressões como “a book of unquestionable authority” e “scrupulous accuracy […] that has been completely established”. Deste modo o autor transmite ao leitor que não há qualquer falsidade nos factos que são descritos na história, nem põe em causa a credulidade do autor, neste caso Diedrich Knickerbocker.
Concluindo, poderá dizer-se que o objectivo deste prefácio seria incutir um carácter verídico à história de Rip Van Winkle que, por sua vez, vai transmitir um sentimento de posse de uma tradição de folclore que as nações mais antigas possuíam, mas a América do Norte não. Daí ser este o motivo pelo qual Irving se identificou com um pseudónimo de origem holandesa, Diedrich Knickerbocker, para que a história seja contada por alguém com pontos em comum com as personagens e cenário descritos, ou seja, alguém com uma ligação à história e não um “outsider”. E a escolha da identidade “Dutch” talvez tenha a ver com uma oposição à cultura e identidade inglesa de que os americanos tanto se quiseram afastar.

(imagem Boyd, A Visit from St. Nicholas, 1849, facsimile edition, St Nicholas Center Collection - São Nicolau disfarçado de elfo holandês...)

Sunday 11 September 2022

BENVIND@S E TPC desafio: para 14 de setembro

Benvind@s à Literatura dos EUA - da época colonial a 1900.

Leiam, por favor, o poema de Marianne Moore "Virginia, Britannia" (1935) [há que fazer scroll para ler o poema, que é o terceiro; em alternativa, há uma versão em português], escolham 2-3 versos ou referências, pesquisem e comentem sobre relações com natureza, nativos e "outr@s" de um dos primeiros estabelecimentos ingleses na América do Norte (Jamestown) e subsequentes reivindicações de território e soberania. 

Eis um mapa de Virginia, de Captain John Smith's The Generall Historie of Virginia (1624), onde se pode ver, no canto em cima à esquerda, uma gravura do rei Powhatan.