Wednesday, 19 October 2016

The American Scholar by R. W. Emerson - "Man Thinking" vs "Mere Thinkers" (Ana Marta, Gabriel A., Joana O.)


O discurso “The American Scholar” de Ralph Emerson Waldo é constituído por três partes distintas. Primeiro, Emerson fala dos recursos que considera essenciais para o estudante: natureza, livros e ação. Em segundo, fala dos deveres do estudante e na autoconfiança, fazendo uma distinção cerrada entre conceitos que acredita definirem os dois tipos de ser humano: o “Man Thinking” e o “Mere Thinker”. Por último, faz uma breve referência à influência que a cultura europeia e os seus modelos de estudo têm sobre o povo norte-americano, fazendo um apelo à emancipação do meio académico do seu país.
Na segunda parte deste discurso, Emerson argumenta sobre a importância da autoconfiança como motor da aprendizagem e busca do conhecimento por parte do académico e como, em contrapartida, o medo pode ser a maior barreira a atravessar no desenvolvimento destes processos: “Inaction is cowardice, but there can be no scholar without the heroic mind”. (p. 65, esq.)
A partir desta característica, o autor começa a criar no texto o tipo de ser humano que um verdadeiro académico se deve tornar, definindo-o como “Man Thinking”. O “Man Thinking”, estudante confiante que prefere o pensamento crítico à aceitação de dogmas e é incessante na busca de todas as formas de conhecimento que o possam tornar mais completo torna-se uma espécie de personagem de características reais, com caráter e ambições, como alcançar a mestria através do conhecimento, o que lhe confere um estatuto de intelectualidade. O ‘One Man’, um tipo de homem dotado de sabedoria em várias matérias, é considerado um exemplo a seguir, sendo a origem de todos os outros. Porém, atentando na sua capacidade de divisão, o homem deve também permanecer eclético e capaz de conservar todas as suas funções. Para que este indivíduo consiga ter em sua posse todas as suas capacidades, tem de vivenciar o mesmo que todos os outros. Aqueles que são capazes de olhar para além do seu próprio ser sem deixar que a sociedade exerça poder sobre si mesmos tornam-se ‘Man Thinking’. Apesar de parecer um conceito bastante abstrato, ‘Man Thinking’ não passa de um indivíduo que recebe os seus ensinamentos no presente, baseando-se no passado, mas aliciado pelo futuro. Esta ideia remonta ao antigo conceito de Humanismo Renascentista e faz-nos voltar aos séculos XIV, XV e XVI onde o homem renascentista fica marcado como sendo um verdadeiro polímata. Esta influência da antiga cultura europeia levanta a dúvida quanto à eficácia do discurso de Emerson quando defende a necessidade de uma divergência entre as culturas académicas de ambas as partes.
Todos os que se deixam influenciar pelas opiniões das massas são ‘Mere Thinkers’, pois Emerson considera que a aceitação e o conformismo são características que não são compatíveis com a busca contínua do conhecimento, criando assim um discurso que atua, basicamente, à volta do reforço que existe na distinção entre as duas definições mencionadas, como uma separação entre o certo e o errado.

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