Ecolher uma das duas seguintes propostas para desenvolver:
1) Recordar o que se aprendeu em Filosofia no Ensino Secundário sobre Immanuel Kant e a sua Crítica da Razão Pura, especialmente no que toca ao conceito do Conhecimento Transcendental (este post talvez ajude http://euliteratura.blogspot.pt/2016/10/the-copernican-revolution-in-knowledge.html) e explique como alguma destas ideias podem iluminar certos passos do texto de Emerson.2) Recordar as estratégias de leitura afetiva que começámos por usar (impressões de :) contente, ~ estranho, ! expantoso, * verdadeiro) e aplique-as na leitura do texto. Depois, selecione um ou dois desses passos para analisar os artifícios retóricos e outros recursos linguístico-discursivos que contribuem para a criação dessas emoções.
Para complemento de leitura, segue em baixo um documentário breve mas instrutivo sobre Ralph Waldo Emerson https://www.youtube.com/watch?v=b04zs6QHuWM
Para complemento de leitura, segue em baixo um documentário breve mas instrutivo sobre Ralph Waldo Emerson https://www.youtube.com/watch?v=b04zs6QHuWM
6 comments:
Uma das ideias chave de Immanuel Kant é que o conhecimento está além da experiência empírica direta. Kant argumenta que o conhecimento é moldado pelas estruturas a priori da mente humana, como o espaço e o tempo, e que só podemos conhecer as coisas como elas aparecem para nós, não como são em si mesmas ("Hitherto it has been assumed that all our knowledge must conform to objects. But all attempts to extend our knowledge of objects by establishing something in regard to them a priori, by means of concepts, have, on this assumption, ended in failure").
Waldo Emerson argumenta que a natureza é um meio pelo qual devemos acessar conhecimento e sabedoria profundos ("The lover of nature is he whose inward and outward senses are still truly adjusted to each other; who has retained the spirit of infancy even into the era of manhood.") Ou seja, ao estar conectado com a natureza, o ser humano mantém uma compreensão profunda de si mesmo e do mundo.
Kant defende que só podemos conhecer as coisas como elas aparecem para nós, não como são em si mesmas. Emerson, por outro lado, enfatiza a importância da experiência direta com a natureza. Ele acredita que ao observarmos a natureza de perto, podemos compreender algo mais profundo sobre nossa própria natureza ("To go into solitude, a man needs to retire as much from his chamber as from society."). Isso vai de encontro com a ênfase de Kant na experiência, embora refira que a experiência é mediada pelas estruturas da mente, enquanto Emerson parece sugerir que a experiência direta com a natureza nos conecta a algo mais fundamental.
Kant acredita que a filosofia deve investigar os limites e as possibilidades do conhecimento humano, enquanto Emerson sugere que a verdade mais profunda pode ser encontrada na conexão direta com a natureza ("In the woods, we return to reason and faith. There I feel that nothing can befall me in life, — no disgrace, no calamity (leaving me my eyes), which nature cannot repair.").
Em resumo, as ideias de Immanuel Kant sobre conhecimento transcendental e a natureza da experiência humana podem iluminar certos aspectos do texto de Emerson, ajudando a entender como Emerson vê a natureza como um meio para acessar conhecimento profundo e como ele enfatiza a importância da experiência direta com a natureza como um caminho para a compreensão da verdade e da essência humana.
Let me start by saying that Emerson was definitely not a metaphysician. However, what he received from Kant’s philosophy was concepts, a language and a system that he could shape into his own thought. As a matter of fact, the importance of Immanuel Kant granted him the tools by which he could reflect upon mind and matter, noumena and phenomena and consequently plant the seed for American Transcendentalism.
In his essay, “Nature”, Emerson speculates about Nature, the nature of God and of Man, demonstrating how each one suffuses and blends into the other. It is shown, how after all inquiry everything really turns into an aspect of the spirit or into the unconscious. That is to say, as Kant defends, that the intellect is primary and matter secondary, that all world is reduced to the mind. It is thus deducible that all the answers are within us: “Every man's condition is a solution in hieroglyphic to those inquiries he would put. He acts it as life before he apprehends it as truth.”
The importance of observation becomes, therefore, essential to his experience of the outside and inside world. Nonetheless, Kant’s empiricism is not fully emulated, since Emerson’s perceptions are not mainly scientific but rather of the senses, showing a natural inclination to goodness. This is why throughout the text the figure of the poet and the child are introduced: both represent either a sensitive or a pure being (“the poet animates nature with his own thoughts” ¸ “The sun illuminates only the eye of the man, but shines into the eye and the heart of the child”). In this sense, Emerson alters previous ideas to coincide with his own native influences, emphasizing consciousness as “an act of pure seeing”, something somewhat more pantheistic, and underlining Man’s inherently benevolent nature. In fact, through Kant’s idealism, Emerson is capable of defending his own view on the nature of Man. If “what we are, that only can we see” and if nature in its fluidity, alterity, and purity is perfect then we, human beings, must be intrinsically good. Emerson’s optimism held up by an idealist perspective and the borrowing of Kant’s dualistic system of Reason and Understanding provide a refreshing proposal on life, where the authority is shifted from the outside to the inside and where the long-suppressed soul must enforce its forms, tendencies, and desires. And there’s nothing more beautiful than the pure expression of one’s soul as a microcosm of a world so much bigger.
In conclusion, although Kant’s influence was somewhat diluted and altered to accommodate Emerson’s desires, it is imperative to understand the former’s impact on rethinking and rebuilding a new spirituality where the subject and the object are part of a dynamic process rather than detached entities.
1) German philosopher Immanuel Kant, who lived in the 18th century and is best known for his "Critique of Pure Reason," explores the nature and boundaries of human knowledge. Drawing a distinction between noumena (the reality itself) and phenomena (what is perceived) is one of Kant's main contributions. According to his theory, knowledge is created by the interaction between sensory perception and the innate mental structures of people.Transcendental knowledge, according to Kant, is knowledge that is conceivable a priori, that is, knowledge that is not dependent on empirical experience. According to him, our experience and the ability to know are shaped by intrinsic mental categories like space and time.By making a link to Emerson's work, one can investigate how Kantian concepts clarify particular points. For example, Emerson explores the nature of the human experience or the search for meaning, it becomes relevant to look at how Kant's a priori categories affect our understanding and perception of the world. This method presents an intriguing philosophical viewpoint on how the perception of reality is determined by the human mind.
Sofia Fialho
1. Apesar de muitas diferenças, é possível perceber que Kant teve sim alguma influência no pensamento de Emerson, algo evidente em “Nature”.
Na sua filosofia, Kant reconhece a importância da subjetividade na interpretação do mundo, realçando que a maneira como o compreendemos é moldada pela estrutura da nossa mente. Emerson também enfatiza essa subjetividade, encorajando as pessoas a confiarem nas suas próprias percepções e experiências pessoais.
Embora Kant não dê um destaque direto à natureza, as suas ideias sobre estética e beleza podem ser relacionadas com a apreciação da natureza como um componente da experiência estética.
Já Emerson dá uma grande importância à conexão direta do indivíduo com a natureza, para favorecer o desenvolvimento espiritual e intelectual deste. Considera a natureza como uma grande fonte de conhecimento e sabedoria e acredita que este elo é essencial para o ser humano e que deve ser preservado a todo o custo.
Por fim, ambos rejeitam o ceticismo radical, argumentando que a razão e a experiência nos podem proporcionar conhecimento válido e útil. Emerson por exemplo valoriza a intuição e a experiência direta (com a natureza), encorajando a confiança nas capacidades cognitivas, espirituais e individuais do homem, rejeitando influências exteriores que as possam afetar.
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