Wednesday, 19 October 2022

Textos opinativos sobre citações de Margaret Fuller (para 25 de outubro)

 Escreva um texto opinativo (comentário) sobre qualquer um dos seguintes excertos de "The Great Law-Suit" de Margaret Fuller, relacionando-o com pelo menos dois outros textos da disciplina.

1.

"[T]he position I early was enabled to take, was one of self-reliance. And were all women as sure of their wants as I was, the result would be the same. The difficulty is to get them to the point where they shall naturally develop self-respect, the question how it is to be done.
Once I thought that men would help on this state of things more than I do now."

2. 

"It may be said man does not have his fair play either; his energies are repressed and distorted by the interposition of artificial obstacles. Aye, but he himself has put them there; they have grown out of his own imperfections. If there is a misfortune in woman's lot, it is in obstacles being interposed by men, which do not mark her state, and if they express her past ignorance, do not her present needs. As every man is of woman born, she has slow but sure means of redress, yet the sooner a general justness of thought makes smooth the path, the better."



6 comments:

Anonymous said...

O excerto acima (1) do texto "The Great Lawsuit" de Margaret Fuller apresenta-nos como pano de fundo os ideais de Emerson, nomeadamente através da capacidade de pensamento livre e autoconfiança do indivíduo. Assim como Emerson, em "Self-Reliance", defende que o indivíduo deve ser capaz de pensar de forma independente sem ter de se basear no conformismo da sociedade, também Fuller se identifica, de forma clara, com esta posição "The position I early was enabled to take, was one of self-reliance." No entanto, através do excerto, podemos verificar que o alvo da autora é o sexo feminino, no qual esta reconhece a diminuição da figura feminina "The difficulty is to get them to the point where they shall naturally develop self-respect". O ponto principal de Fuller assenta na necessidade de reconhecimento da igualdade entre o homem e a mulher, no qual a mulher deve procurar o seu propósito de vida sem ser submissa. Este é sem dúvida um aspeto fulcral a ser tido em conta uma vez que nos leva a refletir sobre o papel da mulher na sociedade: a figura feminina não pode ser vista apenas como o “coração” da casa e, consequentemente, como um ser inferior. Pelo contrário, é preciso olhar para a mulher como um ser igual ao homem, como seres que “partilham” a mesma alma e os mesmos direitos.
No entanto, é claro que a falta de apoio por parte do homem está presente: a maioria receia que se a mulher tiver demasiada liberdade vai acabar por demonstrar demasiada opinião que não vai de encontro ao que este quer. Assim, é possível notar uma certa frustração com a (não) participação do homem em promover a igualdade “Once I thought that men would help on this state of things more than I do now." Em vez de assistirmos a uma "elevação" da mulher por parte do homem, assistimos, muitas vezes, ao contrário.
No passado, presente na Declaração da Independência, já observamos a luta do homem pelos seus direitos. Neste caso, em específico, assistimos à luta de Fuller (em nome do sexo feminino) pela igualdade de direitos da mulher, na qual a autora defende que a mulher tem o direito de decidir o que quer e lutar pela sua liberdade tanto quanto o homem. Assim, é de notar a importância de Fuller como um modelo a seguir para todos nós, não só no século XIX mas também na sociedade atual.

Diana Calado said...

No excerto 1, Margaret Fuller expõe um dos principais problemas abordados em "The Great Law Suit" (1844), que consiste na dependência feminina quer na esfera pública, quer na esfera privada. A Mulher surge sob a tutela masculina como "an overgrown child" cujo direito de independência, legítimo ao atingir a maioridade, é interdito por conveniência da sociedade patriarcal em que esta se insere. Deste modo, ao longo do texto, e neste excerto em específico, encontramos o desânimo na voz de Fuller que já não acredita convictamente no auxílio masculino para inverter esta desigualdade, "Once I thought that men would help on this state of things more than I do now".
Por outro lado, a autora apresenta uma visão esperançosa no sexo feminino, considerando este o verdadeiro pontencializador da desejada transformação. Assim, num pensamento semelhante ao de Ralph Waldo Emerson em "Self-Reliance" (1841), também Fuller defende a necessidade das mulheres se afirmarem quantos aos seus direitos e desejos a fim de se libertarem da imposta tutela masculina. Ou ainda, como Emerson afirma, "The virtue in most request is conformity. Self-reliance is its aversion." (Emerson 31). Do mesmo modo, cabe às mulheres contrariarem o rumo que lhes foi imposto desenvolvendo o respeito por si mesmas lutando pela sua liberdade.
É possível ainda analisar o paralelismo entre a obra de Margaret Fuller e a de Frederick Douglass, "What to the slave is the fourth of July?"(1852), na qual o autor critica abertamente a hipocrisia dos norte-americanos brancos que continuamente celebram uma nação democrática e livre onde, porém, muitos são os que permanecem sob o jugo do poder dominante, nomeadamente os escravos, os índios, e as mulheres. Nas palavras de Douglass, "The rich inheritance of justice, liberty, prosperity and independence, bequeathed by your fathers, is shared by you, not by me." (Douglass 1824), é visível a crítica apontada por Fuller, "hypocrisy is the most hopeless as well as the meanest of crimes" (Fuller 1717), hipocrisia do sistema legal norte-americano que despoleta, assim, a falta de esperança da autora quanto ao sexo masculino. Num mundo regido por homens, e de acordo com a conveniência dos homens, de onde é possível supor que virá a tão desejada transformação que renovará os direitos das mulheres? Apenas as mulheres conscientes do seu aprisionamento poderão tomar as rédeas do seu futuro e alterá-lo.
Em suma, Magaret Fuller propõe um novo iluminismo feminino que, tal como nas premissas apresentadas por Immanuele Kant em "O que é o Iluminismo?" (1784), sugere a libertação do estado de menoridade, ou de dependência do indivíduo relativamente a outrém, sendo que esta só poderá ser alcançada através do esforço individual. Ou ainda, de modo semelhante a Olympe de Gouges que no calor da Revolução Francesa reclamou os direitos das mulheres como cidadãs da democracia então instaurada, também Fuller, meio século depois, ainda apela para a defesa da igualdade feminina que só se obterá através da força de vontade de cada mulher.

Ataíde said...

No excerto 1 do texto "The Great Lawsuit", Margaret Fuller apresenta-nos os ideais de Emerson em "Self-Reliance" (1841), aplicando-os ao sexo feminino e a como este deve afirmar a sua autoconfiança e os seus direitos apoiando-se apenas em si próprio. Aliás, Fuller demonstra até uma certa ambivalência para com o apoio do sexo masculino para a luta dos direitos das mulheres e este distanciamento acaba por criar um reforço retórico positivo no sentido de empoderar o sexo feminino a prosseguir a sua luta sem contar com o apoio de outros grupos sociais.
De certa forma, é um pouco triste e ao mesmo tempo preocupante ler um texto de meados do século XIX e pensar em quão atual ainda é… Tendo em consideração que, obviamente, imensos aspetos da luta dos direitos das mulheres estão a anos-luz do que eram em 1844 (“The past year has seen action in the Rhode-Island legislature, to secure married women rights over their own property”), outros continuam tão atuais como se poucos anos tivessem passado (“Woman seems destined by nature rather for the inner circle”), tendo em conta que em muitas sociedades, a educação feminina continua a ser algo negado ou repudiado de forma generalizada.
É também bastante curioso notar que Fuller refere outros casos de desigualdades sociais e de lutas de direitos humanos, como o caso dos indígenas e dos afroamericanos, mas o oposto não parece ser necessariamente verdade. Tendo isso em conta, Fuller acaba por criar intertextualidade com a obra de Frederick Douglass, principalmente no uso retórico que dá aos deíticos, utilizando o “Man” e “Woman” como forma de separar duas forças sociais que não estão necessariamente misturadas, tal como Douglass utilizava “you” como forma de se distanciar da sua audiência, mas ainda para além disso, Fuller ainda se consegue distanciar como mensageira do objeto do seu ensaio, a luta dos direitos femininos, ao referir-se sempre a esta “Woman” vaga e abstrata e não a alguém tangível e, talvez por isso mesmo, passível de ser criticada.

Catarina Costa said...

No excerto 2, Margaret Fuller reflete acerca dos privilégios em que os homens nascem, dizendo que eles próprios podem decidir no que se querem tornar, e veem as mulheres como seres inferiores e incapazes, muitas vezes não participando na luta pela igualdade entre ambos os sexos. Fala então sobre desigualdades sociais, neste caso entre a figura feminina e a figura masculina, assim como, por exemplo, Frederick Douglass fala em "What to the Slave is the Fourth of July", mas no seu caso em relação à raça branca e negra.
Talvez os homens tenham medo de ser contrariados ou de perder o poder que têm sobre as mulheres, sendo por vezes um obstáculo na sua luta contra a desigualdade. Por esta razão, Fuller defende que devem ser as mulheres a promover a igualdade e a libertarem-se o mais depressa possível, ou seja, através do esforço individual, como é defendido por Emerson em "Self-Reliance", contrariando os outros grupos sociais.

Joao Cunha Alves said...

Margaret Fuller expresses in the second excerpt her frustration about being a woman in the 19th century. The fact is that in her essay Woman in the nineteenth century, Margaret exposes that women are completely neglected in society. This demonstrates that what was established in the declaration of independence was not respected after all. The Declaration of Independence, clearly stated that all US-citizen had the natural right to equality, yet these values were not respected. Furthermore, Frederick Douglass in his speech entitled What to the Slave is the Fourth of July mentions this exact issue in his essay. He denounces that not all human beings are treated equally, for instance, the indigenous people and black people. this clearly demonstrates that even though the founding fathers established laws that would guarantee equality, it was not sufficient to maintain it for every community.

Milena said...

Excerpt 1
The main issues represented in Margaret Fuller's "The Great Law Suit" and "Self-Reliance" are similar. Ralph Waldo Emerson also contends that women must speak out for their rights and desires in order to free themselves from the male tutelage that has been imposed upon them. In order to change the course that has been thrust upon them, women must similarly cultivate self-respect and strive for their freedom. Margaret Fuller argues in her work for a new sort of enlightenment for women, emphasizing the need for self-effort to break free from dependence on others or a feeling of inferiority. It is not logical to think that in a world managed by men and for the convenience of men, the much-desired shift that would restore women's rights will take place. Bartleby always acts in a way that makes his supervisor uncomfortable when he refuses to carry out his tasks; he never does it in a confrontational or passive-aggressive fashion. We simply are unable to determine if he is indeed as miserable as Nippers appears to be. He is a mystery to both the narrator and us as readers.