Benvind@s à Literatura dos EUA - da época colonial a 1900.
Leiam, por favor, o poema de Marianne Moore "Virginia, Britannia" (1935) [há que fazer scroll para ler o poema, que é o terceiro; em alternativa, há uma versão em português], escolham 2-3 versos ou referências, pesquisem e comentem sobre relações com natureza, nativos e "outr@s" de um dos primeiros estabelecimentos ingleses na América do Norte (Jamestown) e subsequentes reivindicações de território e soberania.Eis um mapa de Virginia, de Captain John Smith's The Generall Historie of Virginia (1624), onde se pode ver, no canto em cima à esquerda, uma gravura do rei Powhatan.
5 comments:
The butterfly mentioned in the line "A fritillary zigzags" is specifically a gulf fritillary, commonly found in the southern parts of North America. Ironically, even though its habitat wasn't originally a christian country, the gulf fritillary is associated with the christian belief of ascension. This could be seen as an example of repurposing foreign nature to the british's religious benefit. A similar conversion is refferenced in the same stanza in the lines: "of this unusual man and sinner who /waits for a joyful resurrenction..." This "joyful resurrenction" is in all likelihood the marriage between the english explorer, John Rolfe ("unusual man"), and the native Indian, Pocahontas (" the sinner"). The treatment of a native Indian as a sinner evokes the hostility present in english settlements when it came to cultures/religions not their own. Moreover, the distinction made between Rolfe and Pocahontas (unusual man vs sinner), plus Pocahontas' conversion, which her marriage implies, bring to light the arrogance that permeates british Christianity and the british urge to impose their own religion and culture on the natives whom they thought of as savages and sinners. This forsaking of different cultures is overtly present in Pocahontas' own conversion which made her abandon her Indian name in exchange for the saxon name Rebecca.
" Care has formed walls of yew
since the Indians knew
the Fort Old Field and narrow tongue of land that Jamestown was."
- Moore, Marianne, "Virginia Britannia" (1935)
O primeiro estabelecimento Inglês na América do Norte era uma língua de areia bastante estreita. O conhecimento da sua existência deixou as tribos nativas receosas, sentindo a sua segurança ameaçada.
"Yew" ou em português teixo, ou ainda: Taxus Baccata, é uma planta com folhas venenosas. No entanto, para além de ser venenosa, esta planta era bem conhecida dos nativos, pois era usada na medicina das tribos nativas da América do Norte. Assim, ao construírem paredes de teixo, figurativa ou literalmente, tentavam proteger-se dos colonizadores, usando nesta ocasião, a propriedade tóxica da planta.
- Carina Ventura
"A deer-
track in a church-floor
brick ...
The now tremendous vine-encompassed hackberry,
starred with the ivy-flower,
shades the tall tower;"
- Moore, Marianne, "Virginia Britannia" (1935)
Nos versos da estrofe inicial do poema de Marianne Moore, deparamo-nos com a tensão sentida ao longo do texto entre o Mundo Natural e a Civilização. Enquanto o primeiro surge como original detentor do solo americano, o segundo, apresenta-se como um conquistador que, acreditando na sua legitimidade, reclama para si aquele território. Assim, lado a lado, Homem e Natureza são forçados a conviver ainda que sujeitos a um jogo de forças pelo domínio da terra.
Inconscientemente o rasto do veado irrompe sobre um lugar sagrado relembrando aos fiéis que por mais que o solo original seja suplantado pela solidez dos tijolos não lhes será possível escapar à presença da Natureza que se impõe. Também a Hackberry, ou Celtis Occidentalis, conhecida pela sua resistência aos temporais e à poluição, juntamente com a persistente Hera, põem em causa a pretensa importância da Humanidade depositando na humildade da sombra a altivez da torre da igreja.
Pode-se, portanto, concluir, através da análise destes versos iniciais, que a relação que Moore explora ao longo do poema, entre Natureza e Civilização, é feita, por um lado, de uma harmonia onde duas realidades parecem coexistir, e por outro lado, é permeada por uma tensão inegável onde cada lado luta pelo domínio. Para além disto, tanto nos versos analisados, como nos versos que encerram o poema, podemos intuir, de acordo com as palavras do sujeito poético, qual a força vencedora neste jogo infindável. A arrogância humana, que cimenta os solos e arranha os céus, falha ao perceber a sua insignificância perante forças maiores que podem ensombrar ou suprimir a sua existência numa questão de segundos.
"The now tremendous vine-encompassed hackberry,
starred with the ivy-flower,
shades the tall tower;
And a great sinner lyeth here under the sycamore."
- Moore Marianne, "Virginia Britannia" (1935)
No excerto apresentado, faz-se uma referência aos colonizadores que chegaram a uma nova terra e impuseram a sua fé, trazendo com eles a cultura dos cemitérios onde a natureza pura e virgem cercava as sepulturas dos pecadores.
De modo geral, o poema apresenta um foco nos aspetos visuais da Virginia tanto como colónia, mas também enquanto estado. Apresenta um ênfase nas origens britânicas e latinas dos seus colonizadores e nomenclaturas. O título combina o elemento "Virginia", evocando a rainha Isabel I, conhecida como rainha virgem, mas também o termo "Britannia", a palavra em latim para se referir à Grã-Bretanha
- Rosana Sousa
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