Tuesday, 29 April 2008

Perguntas propostas para o debate de Sexta-feira, sobre Melville e Bartleby (post de Maria Madalena Filipe)

Para Francisco Luís Parreira

1. Se Bartleby representa o abandono, a pobreza, os indefesos e sem esperança e Brodsky o oportunismo, o mundo laboral, o capitalismo, e tudo o resto que caiba nesta descrição, qual é o papel desempenhado por Drummond? A sua aparente generosidade e preocupação tornam-no a personagem mais próxima do Bartleby, mas os seus receios, justificações, as suas fugas e cautelas vendem-no ao lado oposto…

2. Que peso simbólico tem a parede física e abstracta (Wall Street). Traduz a impotência e condenação de que Bartleby sofre? O biombo assume no texto dramático também alguma relevância. A que se deve isso? E por fim o busto de Cícero. Porque é que se apresenta tão querido ao Drummond quando contrasta tanto com o seu modo de vida?

3. Porque é que decidiu transpor o episódio das "cartas perdidas" para a altura em que Bartleby está preso? O que estaria na origem do seu comportamento no escritório?

4. Qual a importância do nome do carcereiro e porque lhe é atribuído um discurso mais eloquente do que seria usual?

5. Quem ou o que é que Turkey representa com as suas manifestações de raiva perante a inércia de Bartleby no final? Qual é o papel de cada escrivão? Porque é que lhes atribui menos relevância do que o texto original?

6. Porque segue um caminho diferente para o desfecho da história, isto é, qual o sentido de Bartleby não morrer na prisão e em vez disso voltar para o escritório?

7. Existe relação entre a última frase do texto dramático ("Qual será o nosso vidro, caro senhor?") e a do texto original ("Ah Bartleby! Ah humanity!")?

8. Porque é que escolheu interpretar a personagem Brosky? Nada melhor do que utilizar palavras suas para caracterizar a linha de pensamento: "O homem é agora menos que ele mesmo e o tropo do trabalho expõe essa redução metafísica do homem ao órgão". De que forma é que isso se apresentou como um desafio?

Para Rute Beirante

1. A escolha que Melville faz da profissão de Bartleby ao criar o enredo da história encontra a sua importância em que características deste trabalho? O método, a monotonia, o pouco reconhecimento?

2. Como é que as respostas de Bartleby a dada altura, são uma resposta para a vida dele? Como é que são uma resposta para a vida dos demais que convivem com ele?

3. Porque é que Bartleby, mais do que incómodo, provoca frustração, impotência e principalmente medo nos que o rodeiam?

4. O que é que significa a sua persistência?

5. Porque é que as "Dead Letters" têm um impacto tão grande na sua vida? Como é que essa experiência justifica o seu comportamento?

6. Bartleby representa a humanidade (decadente?) ou um sector da sociedade indefeso?

1 comment:

Mr. M said...

TINK
cão solteiro teatro
a partir de Bartleby de Herman Melville

TINK bolinhos de gengibre, erros de paralaxe, fórmula para omeletas agramaticais, TINK um caso de loucura a 4: anjo, profetas, gato TINK um autor americano, uma personagem escri/vã, uma parede TINK plantas invasoras, perplexidade autóctone, interpretações balcãs TINK ruídos visuais, sonoros, projecção TINK resumo literário, uma constelação filosófica, política, potência TINK linguagem, decriação, consequência, TINK Bartleby TINK

Um espectáculo construído por: Paula Sá Nogueira, Paulo Lages, Raimundo Cosme, Miguel Manso, André Godinho, Mariana Sá Nogueira, Ramiro Guerreiro, André E. Teodósio, António Gouveia, Joana Dilão, Paulo Reis, Steve Stoer, Carlos Gomes, Nuno Tomaz, Teresa Louro, Helena Carmo, Maria José Baptista, Natália Ferreira, Palmira Abranches, Ana Santos, Noëlle Georg.

http://caosolteiro.blogspot.com

8 a 30 de Agosto 2009
Terça a Domingo, 22.00h
Reservas de bilhetes: 96 295 68 28 das 15h às 22h

Entrada Livre nos 3 primeiros dias