Monday 12 December 2022

Até 13. de dezembro - Emily Dickinson

Componha uma análise de texto literário sobre o seguinte poema de Emily Dickinson, prestando especial atenção aos pontos de contacto com tópicos e recursos expressivos de outros textos estudados em aula.


 I heard a Fly buzz – when I died —


I heard a Fly buzz - when I died -
The Stillness in the Room
Was like the Stillness in the Air -
Between the Heaves of Storm -

The Eyes around - had wrung them dry -
And Breaths were gathering firm
For that last Onset - when the King
Be witnessed - in the Room -

I willed my Keepsakes - Signed away
What portion of me be
Assignable - and then it was
There interposed a Fly -

With Blue - uncertain - stumbling Buzz -
Between the light - and me -
And then the Windows failed - and then
I could not see to see -



9 comments:

Anonymous said...

O sujeito poético acaba de morrer e a primeira coisa que ouve é o zumbido de uma mosca. Há uma paz instantânea. A metáfora seguida da comparação em "stillness", "Heaves of Storm" parece indicar uma pausa entre um momento e outro, entre a vida e a morte.
"With Blue- uncertain- stumbling Buzz-" Metáfora que pretende indicar a tristeza (Blue) e a fraqueza (stumbling) do zumbido da mosca, o zumbido que o sujeito poético ouve.
"And then the Windows failed-" Em literatura as janelas são comummente uma metáfora para os olhos, vistos como as janelas da alma. O sujeito poético já não consegue ver, a vida abandona-o a cada verso. Os travessões ao longo do poema indicam as pausas consequentes que o sujeito poético parece precisar de fazer, até já não ser mais capaz de formular versos, ou raciocínio.


Carina Ventura, 160862

Anonymous said...


“I heard a Fly buzz - when I died –“Dickison narra a história como uma pessoa morta, ou como uma pessoa que está preste a morrer, ela descreve a período exato da morte, a mosca podendo significar o incomodo na hora de morrer, ou simbolizar a insignificância que é a vida, ou que é a morte. “The Stillness in the Room Was like the Stillness in the Air –“, stillness demonstra a quietude à espera da morte, em que todos os presente no ambiente ou até o próprio indivíduo tornam-se imóveis a espera do inevitável. “The Eyes around - had wrung them dry –“, os presente no local já aceitaram a morte, “For that last Onset - when the King Be witnessed - in the Room –“ King pode se referir a Deus, ou seja, o indivíduo está a falecer, e Deus está presente para leva-lo. “There interposed a Fly –“ a mosca simboliza a curiosidade e dúvida humana em relação a morte. “With Blue - uncertain - stumbling Buzz –“ novamente apresenta-se a incerteza humana em relação a morte. “I could not see to see –“ o indivíduo finalmente morre e quando isso ocorre o poema termina, demonstrando a falta de conhecimento do que vem depois da morte.
Jordana Azevedo.

Inês Ramos said...

Tendo em conta o poema “I heard a Fly buzz-when I died-” de Emily Dickinson, o leitor é levado a refletir sobre um tema principal: a morte e o momento em que esta “decorre”, “I heard a Fly buzz-when I died” remetendo para uma certa incerteza do que existe depois da mesma. Deste modo, é importante notar como a mosca contribui para o simbolismo do obscuro que, por sua vez, está associado à morte.

Fazendo uma desconstrução a nível de elementos literários, é possível identificar alguns aspectos que acentuam esta ideia da morte, nomeadamente a voz do sujeito de enunciação, através do deítico “I”, que se encontra morto, visível por meio do verbo “died” no passado “I heard a Fly buzz-when I died”. Para além disto, é possível identificar também alguns recursos expressivos importantes, tais como: a comparação “The stillness in the room was like the stillness in the air”; a aliteração na palavra “stillness” através do som “s” que surge duas vezes no espaço de uma linha; a ironia presente na palavra “fly” uma vez que o verbo ganha a conotação de nome, neste contexto; a sinédoque em “the eyes around” como representação das pessoas, o que cria um certo sentido de desumanização e crítica por parte de Dickinson “had wrung them dry”. Neste sentido, é importante também mencionar o jogo de palavras em “last Onset” que serve de meio para o questionamento da fé da comunidade, tema também presente em “Young Goodman Brown”, de Nathaniel Hawthorne, através da personagem principal.
Partindo para a terceira estrofe, é importante notar o nome “portions” que remete para um sentido de “quebra” na sociedade, o que constituiu uma crítica para o materialismo “willed my Keepsakes”. Na última estrofe, temos de forma salientada a ideia de que o que pode surgir após a morte ser visto como algo mau “uncertain stumbling”, ainda mais enfatizado pela palavra “buzz” devido ao duplo “z”. Assim, este poema termina com um sentimento de confusão e escuridão “I could not see to see”, o que enfatiza esta ideia de obscuridade sobre o tema da morte.

Bruno Moura said...

In the poem above Dickinson goes on to present the topic of death as the major theme and the fly buzzing can be seen as a personification of such feeling creeping around the atmosphere.
Similarities can be found when comparing such poem to another poem entitled “The Raven” by Edgar Allan Poe, since both explore death in the same way and consequently the feelings caused by it. Dickinson uses the fly to introduce death as well as a constant sound, specifically the buzzing, to ensure its permanence throughout the poem. Whereas Poe utilizes the same technic while representing death through a figure which is the raven, and at the same time, keeping it constantly until half of the poem by making use of a knocking sound and afterwards the repetitive sound of the bird’s response: “Nevermore”.
It is important to note that both make use of repetition, as well as the use of words which end in the same tone, achieving once more a sense of repetition. As said before, by doing this, the two ensure the feeling that something is creeping around and terrorising one’s quietness and peacefulness. Working as intrusive thoughts that, ultimately, take the focus of the reader and keep him as a hostage of his own fears. Yet another similarity is the space depicted in both poems. We find ourselves in a room that can be used as a way to cause some claustrophobic sensation and false safety.

Bruno Moura

Mariana Lopes said...

Este poema é contado na perspectiva de um sujeito poético que está perto da morte. Em vez de lamentar esse facto, a autora foca-se em uma mosca que está a voar em seu torno. O poeta também se foca na quietude do quarto, enquanto a sua família aguarda pela sua morte.
A primeira estrofe tem como objetivo mostrar o contraste entre o silêncio do quarto e a mosca e, no ultimo verso "Between the Heaves of Storm", pode indicar como o sujeito poetico se sente no quarto.
Na segunda estrofe o autor desvia o olhar da mosca e foca-se nas pessoas em seu redor, "The eyes arround-had wrung them dry", foi assim que o sujeito poético descreveu os olhos das pessoas que o viam. Os seus olhos não estavam secos porque ninguém chorou a sua morte, mas sim pois já não conseguiam chorar mais.
"For that last Onset- when the King", "the king" poderá significar deus que está á espera do sujeito poético na sua morte.
Na terceira estrofe o sujeito poético diz que está tudo perfeito, os seu "Keepsakes" foram distribuídos e o quarto tornou-se calmo, mas a mosca regressa para interromper os seus momentos de paz "There interposed a Fly"
A quarta e ultima estrofe descreve a morte do sujeito poético, que iria ser tranquila se não fosse pela mosca.
Esta obra literária têm diversas semelhanças com o poema "The Raven" de Edgar Allan Poe, devido ao tópico da morte abordado por ambos e, o uso de animais que servem como um "Grim reaper", aparecendo sempre nas horas onde ocorreu um óbito.

Mariana Lopes

Vasco Neves said...

O poema fala-nos sobre os momentos finais de do sujeito poético. Este fala-nos sobre ouvir uma mosca nos seus momentos finais, sendo moscas consideradas símbolos de abundancia, levando-nos assim a ter a ideia de que o sujeito poético viveu abundantemente na sua vida, ou pelo menos tinha riqueza, possivelmente material. "Between the Heaves of Storm -" leva o leitor a recordar o dito "a calmaria antes da tempestade", podemos assim imaginar que, devido à mencionada abundancia material, a tempestade poderia vir depois, até porque há menção à distribuição de riqueza. "The Eyes around - had wrung them dry -" Existe uma certa brutalidade com o uso do termo "wrung", dá a entender que de certa forma os olhos não tinham chorado pela morte da pessoa de um lugar de amor, mas sim uma brutalidade, como se tivessem sido forçados a chorar. Na estrofe final, o sujeito poético fala da cor azul, que é sinal de solidão e tristeza. Algo interessante é o dito "Buzz" que poderemos associar à mosca, que é dito estar entre o sujeito poético e a "luz", talvez as posses materiais estivessem a impedir o sujeito poético de alcançar a paz eterna. Ao mesmo tempo pode ser atribuído ao barulho das pessoas que rodeavam o leito do sujeito poético, como se numa ultima reflexão, as pessoas que ficavam não deixassem o sujeito poético partir de consciência tranquila.
Vasco Neves

Mariana Brito said...

O poema I heard a fly buzz when I died, descreve a passagem da vida para a morte, narrado através da perspectiva de quem está a morrer. Começa por descrever o silêncio existente no espaço de quem às portas da morte e termina com o retrado do momento de perder a vida, onde, no seu fim, o sujeito poético revela então a interrupção efetuada pela mosca, onde é distraído pela luz que o levava “the windows failed – and then – I could not see to see”. Logo no primeiro verso, que pode ser considerado anticlimaxico, o leitor é introduzido aos dois pontos centrais do poema, isto é, a morte do sujeito poético (o unbecoming) e o aparecimento da mosca. Isto é introduzido pelo deítico I e pelo uso do nome buzz. A morte é retratada por Dikinson como aquilo que apenas é, ou seja, apenas a perda de vida. Em vez da construção de um poema que acabaria em desolação, a morte é apenas mencionada como algo comum e mundano em que se deixam memórias para trás “willing away keepsakes”. Para suportar esta ideia de que o que está a acontecer é ordinário, é mencionado, ao longo do poema, a presença da mosca, que pode ser facilmente associada ao desagradável e à decomposição, e ainda, como uma interrupção ao procedimento de partida. Também pode ser retirada a ideia de que a ida/voo até ao céu, é vulgarmente reduzida ao voo da mosca. A mosca pode apresentar dois significados: o sentido mundano e decompositório da morte, ou, numa perspetiva mais representativa, o encontro do sujeito poético com a escuridão.
Em termos de estrutura e construção, o poema é composto por quatro estrofes, onde é feita a rima obliqua nas primeiras três – em cada segundo e quarto verso -- e onde é visivel um ritmo que poderá marcar a entrada e a passagem da mosca.
Na primeira estrofe existe a repetição do nome “stillness”, que pode retrarar o momento relativamente sereno da morte e a espera pela mesma. É nos dada a ideia de uma tempestade em “storm”, que cria um efeito perturbador sobre aquilo que vai acontecer.
Na segunda estrofe, Dickinson introduz as pessoas que estão à volta do sujeito poético moribundo, fazendo apenas referência aos olhos que estão à sua volta “the eyes around”. Isto junta uma sensação inquietante e desconfortável à pesada situação, principalmente porque nos é adicionado o fator tempo, onde podemos deduzir que as pessoas já não estão de luto, os seus olhos já estavam secos “wrung them dry”, o que cria um ambiente mais escuro e pesado no poema, e onde é apresentada uma opinião um pouco hipócrita quanto à ideia de luto.
Na terceira estrofe é mantida a ideia da falta de celestialidade no momento da morte, principalmente pela interrupção feita pela aparição da mosca.
Na quarta estrofe a escolha das palavras “uncertain” e “stumbling” sugerem mais uma vez que o momento da morte não é algo miraculoso, mas sim assombroso. O som do “z” ao longo do poema pode ir de encontro com a propria ideia de um momento tormentoso. É introduzido então o momento final, onde o discurso pausado, marcado por silêncios, de todo o poema, chega a um silêncio final, tanto por parte do leitor, como por parte do sujeito poético.

Catarina Costa said...

Este poema de Emily Dickinson é composto por 4 estrofes, começando de uma maneira bastante apelativa, deixando-nos curiosos para saber a razão de estar a falar sobre a sua morte e a refletir sobre os seus momentos finais. Ainda na primeira estrofe, faz uma comparação entre "The Stillness in the Room" e "the Stillness in the Air".
Na segunda estrofe, a poeta utiliza "King" como uma metáfora para a morte, distanciando-se aos poucos do que está à sua volta, até que vê uma mosca, existindo também uma personificação, pois a mosca simboliza a morte no momento em que fica entre a luz e o sujeito poético, mostrando a distração que um ser tão pequeno e todos os seus detalhes têm num momento tão sério como a morte.
Dickinson apenas utiliza uma rima na última estrofe, no final do poema, entre "me" e "see", como uma forma de gerar mais tensão aos seus leitores.

Milena said...

'I Heard a Fly buzz-when I died', one of Emily Dickinson's most well-known poems, is frequently cited as an example of her writing and attitude. The initial statement is as powerful an introduction as one could imagine. The speaker informs us that she has already passed away by recounting the moment of death. It is widely regarded as one of Dickinson's masterpieces and her best portrayal of the moment of death. Dickinson captures the last feelings of a dying person in compelling and perceptive detail through an imaginary retrospective of her own death. In this poetry, the conventional idea of death as an oppressor is challenged. It directly challenges both death's and God's hegemony. This poem also makes fun of the so-called tear of death. The poem describes dying both within and outside. The backdrop of the poem is emphasized in the first three stanzas. The speaker observes the tight silence in the space, which is similar to the stillness just before a storm. People were gathered by the bedside, wiped their tears away, and held their breath as they awaited the arrival of Death, "the King." The poetess mocks the conventional belief of achieving eternity via peaceful dying. She is dismayed to see how a little fly interferes with the beginning of dying. So in the end, the hoped-for fantasy of achieving immortality is completely dashed.