Monday 11 September 2023

Autobiography of Benjamin Franklin - TPC alternativo para 15 de setembro

  Ler os excertos de Autobiography de Benjamin Franklin constantes da antologia (ou, pelo menos, aceder aqui aos seus planos sobre "a perfeição moral https://userpages.umbc.edu/~kisner/American%20Civilization/autobiography_franklin.htm), e comentar sobre e comentar sobre a forma como o autor "concretiza" a enumeração dos substantivos abstratos, que são virtudes para se tornar um homem de sucesso.

“On the whole, though I never arrived at the perfection I had been so ambitious of obtaining, but fell far short of it, yet as I was, by the endeavor, a better and a happier man than I otherwise should have been had I not attempted it”



7 comments:

Liliane Silva said...

O autor, Benjamin Franklin, pretende alcançar a "perfeição moral" através da enumeração de diversos substantivos abstratos que designam virtudes. Ao reunir esta lista de 13 virtudes, pretende eliminar os seus antigos hábitos e substituí-los com novos e melhores, um de cada vez. Adotou este método por reconhecer que a sua convicção não era suficiente. Estas virtudes são reunidas na obra pela auto-consciência do próprio e pelos conselhos de um amigo "Quaker". Este indivíduo aponta para um dos "hábitos" ou defeitos que Franklin terá de quebrar: o orgulho, cuja dificuldade é a maior deste processo, expressando até vontade de desistir e contentar-se com este defeito. A dificuldade de superar o orgulho é aprofundada a partir deste excerto: "it is still alive, and will every now and then peep out and show itself". Benjamin Franklin defende que este método, ou seja, a enumeração de virtudes e o foco em cada uma delas até, gradualmente, atingir o grau mais próximo da perfeição moral dispõe valor pessoal para além do seu objetivo no excerto destacado no "post".

Natalia gonçalves said...


Na autobiografia de Benjamin Franklin, ele descreve o seu plano para atingir a "perfeição moral" por meio da prática de treze virtudes. A forma como Franklin concretiza a enumeração dessas virtudes é notável. Ele não lista apenas essas qualidades abstratas, mas também fornece um plano detalhado de como praticá-las na sua vida. Ele descreve como criou um gráfico com treze colunas, cada uma representando uma virtude, e linhas para cada dia da semana. Ele acompanhava o seu progresso diário e marcava um ponto negro na coluna correspondente sempre que falhava em viver de acordo com uma virtude naquele dia.
Ao fazer isso, Franklin criou um sistema prático de autorreflexão e autoaperfeiçoamento. Ele fazia de tudo para concretizar essas virtudes diariamente, avaliando as suas dificuldades e fazendo também ajustes quando era necessário. Essa abordagem sistemática e disciplinada reflete o compromisso de Franklin com o autodesenvolvimento e o desejo de se tornar um homem de sucesso.

Mariana Gonçalves said...

Na sua autobiografia, Benjamin Franklin reconta o método que utilizou na sua busca por alcançar a perfeição moral, que consistia em listar todas as virtudes que pretendia obter e, focando-se numa de cada vez, ir assinalando as falhas que cometia no seu dia a dia e que o impediam de chegar a essa dita “perfeição”.
Ao enumerar as virtudes que para ele constituiriam o homem moralmente perfeito, Benjamin Franklin dá a estes conceitos abstratos uma existência quase palpável, atribuindo a cada um as tarefas/atitudes mundanas que o fariam “ter” aquela virtude. Acaba, de certa forma, por transformar esses conceitos em algo físico que poderia conseguir, apenas seguindo o seu método minucioso de autoreflexão, quase como se fossem os ingredientes de uma lista de compras que ele poderia entrar numa loja e comprar.
Achei o conceito de perfeição moral de Benjamin Franklin e o seu método para o alcançar muito curiosos, mas não, de todo, desprovidos de sentido, e a maneira como ele o expôs na sua autobiografia faz com que estas “virtudes” pareçam muito fáceis de obter, alcançáveis para qualquer pessoa que se submeta ao plano por ele construído.

Carolina Franco said...


Franklin's autobiography serves as a personal letter to his son, which I’d say makes it more personal. It’s an intimate and perhaps even heartfelt account of his experiences and the lessons he learned along the way. I found this autobiography especially interesting because he’s not telling his life story chronologically as one would expect, he’s instead sharing his journey of trying to reach some sort of… moral perfection, perhaps? He’s even perfected it to the point of making up a systematic method to cultivate thirteen virtues, which is something I found fascinating, I had never seen it before. I mean, come on, he even tracked his daily progress and carried around a journal, he was clearly dedicated to it.

The fascinating thing about his Autobiography, outside of what I’ve already talked about, is how simply practical it is. It’s basically a guide using real-life experiences and observations, it was both incredibly endearing and painfully relatable to read his humorous acknowledgements of his own shortcomings – he’s very funny and he knew that.

When I started reading, I expected a chronological account of his most important life achievements, as if it were a historical document, but I realised it was nothing of the sort. It’s a timeless work which basically teaches us that the pursuit of moral perfection is a lifelong journey filled with mistakes, shortcomings and personal struggles that are, naturally, part of the human experience.

Ana Espadinha said...

Benjamin Franklin procurava alcançar a perfeição moral. Para a conseguir alcançar, selecionou as 13 virtudes que considerou, na altura, necessárias ou desejadas e criou para cada uma uma lista com uma explicação concisa que, segundo o próprio, esclarecia a totalidade do seu significado para Franklin ("fully express'd the extent I gave to its meaning").
Formada a lista, decidiu monitorizar o seu progresso ao criar uma tabela que incluía a ordem pela qual tentaria dominar as virtudes e os dias da semana, para poder assinalar qualquer falha que tenha sentido ao longo de cada dia. O objetivo desta tabela era ter uma virtude como “o foco” da semana, seguindo a ordem estabelecida pelo autor. Isto significava que, idealmente, a cada 13 semanas regressava à primeira até conseguir sistematicamente não ter falhas em nenhuma virtude – feito que Franklin não conseguiu atingir.
No entanto, este sistema criado por Benjamin Franklin permitiu elevar a sua autoconsciência, pois se sujeitava a uma severa autoavaliação diária. Levou também a que tentasse combater o que considera ser o seu maior defeito – o orgulho. Franklin admite que foi o maior desafio dado que, mesmo se tivesse feito um excelente trabalho a diminuir o seu orgulho, ficaria orgulhoso da sua humildade, entrando numa espécie de paradoxo de orgulho. Apesar de ser um hábito difícil de combater, o autor refere que foi notável a mudança de ambiente nas discussões que teve depois de ter adaptado a sua maneira de se expressar. Passou a ter conversas mais calmas e agradáveis e inclusive a ter mais facilidade a convencer os outros a perceberem o seu lado.
Em suma, Franklin procurava atingir uma perfeição moral inalcançável. Porém, o sistema que decidiu criar e seguir foi muito enriquecedor para o seu caráter e desenvolvimento pessoal, o que pode por si só ser considerado bem sucedido.
- Ana Espadinha

Carolina Jorge said...

Benjamin Franklin procura, através da sua autobiografia, deixar para a história o seu método para alcançar a "perfeição moral", de modo a que pudesse servir de ajuda tanto para o seu filho, William Franklin, (a quem a obra foi dedicada) como ao público em geral.
Logo aqui podemos ver a dimensão pública que um texto aparentemente privado pode ter, um aspeto que é concretizado com o auxílio de certos elementos de escrita empregados pelo autor. O primeiro exemplo é o início do texto, quando Benjamin Franklin se dirige ao filho ("Dear Son"), algo que aproxima o leitor, transformando a leitura do texto num momento mais íntimo, quase como se fosse um pai a falar connosco. Adicionalmente, o uso de pronomes como "I" e "you" também contribui para esta proximidade; quando Benjamin Franklin escreve "you", dirige-se ao seu filho e a todos nós.
Todos estes elementos motivam o leitor a seguir os conselhos do autor. E esses conselhos são muito simples: Franklin elabora uma lista com as 13 virtudes, dando um breve exemplo de cada uma (para que possamos perceber do que fala) e, de seguida, partilha o seu método que lhe permite melhorar a sua pessoa. Este método consiste em fazer um quadro no qual se regista com uma cruz todas as virtudes que foram praticadas a cada dia da semana. Inicialmente, Franklin partilha até que o objetivo seria focar-se numa das virtudes a cada semana, não descuidando as restantes. No fim-de-semana, o autor sugere que se faça uma autoanálise, de modo a podermos quaisquer falhas que se apresentem. Além disto, desenvolveu também uma rotina diária, na qual incluía momentos de reflexão e até de oração, tendo também partilhado estas questões e orações com o leitor. Com este método, o autor afirma ter sido capaz de substituir certos hábitos prejudiciais por hábitos benéficos.
Este aspeto de introspeção/confissão pública é característico do Puritanismo norte-americano, contrariamente às confissões católicas, que são privadas. Este tipo de pensamento é útil, na medida em que permite servir de exemplo e motivar terceiros a seguir esse mesmo exemplo, algo evidentemente auxiliado pelo estilo de escrita que Benjamin Franklin emprega, fazendo uso de imensos outros aspetos que tornam o texto mais fácil de ler, como o seu tom humorístico e autocrítico, e a partilha de certos defeitos do próprio.
Desta forma, percebemos que Franklin, na sua busca da "perfeição moral, (inalcançável, visto ainda ter os seus defeitos, como a vaidade e o orgulho) aproveitou o pensamento iluminista da época, característico por procurar um método organizado de estudo para tudo, e aplicou-o com mestria à sua vida pessoal, partilhando-o com o público, numa tentativa admirável de melhorar, não só ele próprio, como quem quer lesse as suas palavras.

-Carolina Jorge

Yifei Chen said...

Os pensamentos sobre as virtudes e valores morais são descritos na autobiografia de Benjamin Franklin. O autor acredita que conquistará o sucesso individual se seguir as 13 virtudes em sequência, de modo a facilitar as virtudes seguintes que pretende alcançar. Franklin chegou a este método porque verificou que tinha dificuldades em manter um comportamento virtuoso, mesmo com a intenção de mudar seus hábitos anteriores. O ênfase de suas dificuldades verifica-se neste excerto: "interest to be completely virtuous, was not sufficient to prevent our slipping", página 21 da Antologia. O autor reconhece que não basta apenas perceber o que é certo, uma vez que os comportamentos pessoais superam a razão.
No entanto, Franklin não teve sucesso em alcançar seus objetivos, mas percebeu que ao seguir esse método tornou-se uma pessoa melhor e mais feliz. Essa ideia é enfatizada através de uma analogia com alguém que pratica escrita para chegar ao nível da impressão, mas o indivíduo melhorou a escrita mesmo não atingindo o nível pretendido. Visto que Franklin não obteve um objetivo desejado, sua abordagem também mudou. O autor absteve-se da contradição direta e mudou sua linguagem, evitando palavras que implicavam certeza, visando uma abordagem mais modesta e aberta a discussões. Franklin termina sua autobiografia destacando as dificuldades de suprimir seu orgulho, enquanto tenta adotar a humildade que, de certa forma, contribui para suas conversas e discussões.