Friday 14 October 2016

3 poems based on Nature by Miguel Maltez and Pedro Cristo

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I
Estrelas no céu,
Se não resplandecessem na perfeita noite,
Que seria de nós...
Seres superficiais e inacabados!

Para quê guardar a verdade?
Ela está à vista das jovens almas. 

Vejo a alma com os olhos da natureza.

Pétalas, trevos e colmeias e árvores e raízes ! 
Labirínticas, ferozes, quentes, atribuladas.
E rios e montanhas e florestas. 

Sozinho,
contemplo a beleza graciosa.
Nas estradas de conhecimento pintadas pela luz,
só quem vê para lá da árvore é ser.

Memória descritiva: 
Começamos este poema com a ideia de que as estrelas estão visíveis todas as noites para nos fazerem entender que somos mais do que seres simplesmente materiais. Há toda uma presença do 'sublime' e do intocável, que só podemos atingir com a contemplação.
A ideia de união está sempre presente em Emerson, tal como a de beleza como forma de restauro e purificação para o estado de espírito do homem. "Estradas de conhecimento " são as lições que nos são dadas por cada elemento da natureza, pintadas pela luz,  o primeiro dos pintores ("the firstof painters"). Não há nada que a luz não ilumine que não possa ser apreciado
pela sua beleza.
Nos dois ultimos versos, procuramos transmitir que a paisagem está sempre em constante alteração, e o mesmo local nunca é a mesma paisagem, há sempre algo que mudou, daí renascer sempre, mas sendo sempre bela, porque qualquer acto da natureza é belo ("Every natural act is graceful"). Esta beleza encontra-se em nós mesmos, num equilibrio entre nós e a natureza.  


II
Todas as noites
Deus acorda
E as estrelas ardem no céu do Universo:
quero tocar-lhe,
    quero senti-la,
        quero compreendê-la...

Inalcançável união divina!
De mãos dadas com o poeta,
Passeia sob a profunda luz do crepúsculo
E contempla a beleza da Sua maior criação:
A sublime exuberância da Natureza,
Plantações ancestrais que forjam o olhar…
A alma carece sem saber!

Memória Descritiva:
Este poema surgiu ao reflectir sobre a relação entre Deus e a Natureza. A natureza – aquela beleza sublime e incompreensível aos olhos do Homem – só poderia ter sido criada por Deus. O poeta atua como mediador e faz a ligação entre ambas as partes.

III
Sozinho,
na clareira ilumina-me a luz do sol,
por entre as árvores robustas.
O vento desenha-me o rosto,
oiço o falar da floresta.

Só estou sozinho se quiser,
porque só por milagre... 
se não caíssem folhas no outono, 
se não esverdeassem na primavera os campos,
estaria eu deixado à minha sorte ! 

No entanto, rodeia-me esta perfeição de circunferências rosadas.
E transparece em mim o exterior,
Num equilibro que floresce,
no qual o medo desaparece. 


Memória descritiva
Procuramos transmitir a ideia de solidão mais uma vez, e o elemento do homem sozinho na floresta " In the woods ... " como aparece no texto. Quando Emerson fala destes eventos da floresta ele diz no fundo que é lá que nós percebemos que não somos um ser superior à natureza ("egotism vanishes") , e é lá que conseguimos entender para além do material. É na floresta que regressamos à razão e à fé ("In the woods we return to reason and faith"), ou seja, lá  temos a possibilidade de pensar e sentir em simultâneo . Descobrimos que somos algo mais, para além de um corpo físico. Somos energia. 

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