Sunday, 30 October 2016

Homework for November 2 - The Minister's Black Veil

In his review of Hawthorne's Twice-Told Tales, where "The Minister's Black Veil" was compiled, E. A. Poe comments thus on the short story:

“The Minister’s Black Veil” is a masterly composition of in which the sole defect is that to the rabble its exquisite skill will be caviare. The obvious meaning of this article will be found to smother its insinuated one. The moral put into the mouth of the dying minister will be supposed to convey the true import of the narrative; and that a crime of dark dye, (having reference to the “young lady”) has been committed, is a point which only minds congenial with that of the author will perceive.

Based on your interpretation of the story, do you agree with Poe's reading? Why (not)?


Wednesday, 26 October 2016

Tuesday, 25 October 2016

HW for October 31: Frederick Douglass, "What to the Slave is the Fourth of July" and rhetoric intertextuality

Find and comment examples of rhetorical or structural intertextuality with either of these texts:
- The Declaration of Independence
- William Apess, "An Indian's Looking Glass for the White Man"
- H. D. Thoreau, "Resistance to Civil Government"



Henry David Thoreau (1817-1862)



Remember Alberto Caeiro:

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.

E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias,
Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende.

Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predileta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural .
Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.

- Eu Nunca Guardei Rebanhos


Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.

E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),

É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias,
Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende.

Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predileta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural —
Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.



Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=657 © Luso-Poemas

Sunday, 23 October 2016

Throeau: Uma Casa no Lago (por Anton Zhukov, Filipe Ribeiro e Tomás Mendonça)

O que é uma casa? Será uma muralha entre o lado exterior e o lado interior? Pode essa casa encontrar-se na natureza? Tem de ser imóvel ou pode ter qualidade nómada? Não te sentes tu em casa em ti mesmo? Porquê procurar uma casa na floresta? O que se procura lá? E o que se encontra? E o Lago, que verdades guarda, em profundidade, esse ser do qual Thoreau se sente semelhante e perto dele procurou viver?
Será necessário comprar uma quinta ou devemos viver descomprometidos, livres? Qual será melhor para a imaginação? E para a percepção? Não deveríamos, todos, procurar ver a essência da realidade? E não deveríamos todos buscar a autossuficiência: material e anímica? Foi Thoreau a representação da apologia de Emerson?
Que significado guarda o círculo que Thoreau encontra no lago Walden? Que força resplandece desse símbolo que ilumina o ser que é o “entre o céu e a terra”: o Homem?



«Living between the earth and the heavens, it partakes of the colour of both» página 132
  «A Lake is the landscape's most beautiful and expressive feature. It is earth's eye; looking into which the beholder measures the depth of his own nature»
Para Thoreau, o naturalista que, influenciado pelo transcendentalismo de Emerson procurou a perfeição, em si mesmo, segundo a eternidade do círculo, era na manhã, na luz, nos primeiros raios que se iniciava a jornada. A floresta, o Lugar; o dia, o Tempo. Estes tempo e lugar revelam a dissonância, a fronteira dos caminhos percorridos entre Thoreau e Edgar Alan Poe: no primeiro caso caminha-se para a essência e no segundo vagueia-se pelo mistério do crepúsculo tardio.

Se a lua fosse o lugar de ambos, então no lado que brilha estaria Thoreau a tocar flauta iluminando a Terra e, no “dark side of the moon”, estaria Poe a voar qual corvo na escuridão do mistério que a Terra não vê.

Wednesday, 19 October 2016

Homework for Oct 24 and 26: Parables and The Rhetoric of Morning in Walden

Choose one of the following regarding Thoreau's Walden
1) Analyse and comment on "the rhetoric" of morning, birth and awakening (note: like Emerson, Thoreau sometimes associates this concept with belatedness, and T. is especially fond of the pun morning / mourning)

2) Thoreau often uses parable, even if not all of them are biblical. Commen on the one that strikes you most, showing how effective it is in the discourse.


The American Scholar by R. W. Emerson - "Man Thinking" vs "Mere Thinkers" (Ana Marta, Gabriel A., Joana O.)


O discurso “The American Scholar” de Ralph Emerson Waldo é constituído por três partes distintas. Primeiro, Emerson fala dos recursos que considera essenciais para o estudante: natureza, livros e ação. Em segundo, fala dos deveres do estudante e na autoconfiança, fazendo uma distinção cerrada entre conceitos que acredita definirem os dois tipos de ser humano: o “Man Thinking” e o “Mere Thinker”. Por último, faz uma breve referência à influência que a cultura europeia e os seus modelos de estudo têm sobre o povo norte-americano, fazendo um apelo à emancipação do meio académico do seu país.
Na segunda parte deste discurso, Emerson argumenta sobre a importância da autoconfiança como motor da aprendizagem e busca do conhecimento por parte do académico e como, em contrapartida, o medo pode ser a maior barreira a atravessar no desenvolvimento destes processos: “Inaction is cowardice, but there can be no scholar without the heroic mind”. (p. 65, esq.)
A partir desta característica, o autor começa a criar no texto o tipo de ser humano que um verdadeiro académico se deve tornar, definindo-o como “Man Thinking”. O “Man Thinking”, estudante confiante que prefere o pensamento crítico à aceitação de dogmas e é incessante na busca de todas as formas de conhecimento que o possam tornar mais completo torna-se uma espécie de personagem de características reais, com caráter e ambições, como alcançar a mestria através do conhecimento, o que lhe confere um estatuto de intelectualidade. O ‘One Man’, um tipo de homem dotado de sabedoria em várias matérias, é considerado um exemplo a seguir, sendo a origem de todos os outros. Porém, atentando na sua capacidade de divisão, o homem deve também permanecer eclético e capaz de conservar todas as suas funções. Para que este indivíduo consiga ter em sua posse todas as suas capacidades, tem de vivenciar o mesmo que todos os outros. Aqueles que são capazes de olhar para além do seu próprio ser sem deixar que a sociedade exerça poder sobre si mesmos tornam-se ‘Man Thinking’. Apesar de parecer um conceito bastante abstrato, ‘Man Thinking’ não passa de um indivíduo que recebe os seus ensinamentos no presente, baseando-se no passado, mas aliciado pelo futuro. Esta ideia remonta ao antigo conceito de Humanismo Renascentista e faz-nos voltar aos séculos XIV, XV e XVI onde o homem renascentista fica marcado como sendo um verdadeiro polímata. Esta influência da antiga cultura europeia levanta a dúvida quanto à eficácia do discurso de Emerson quando defende a necessidade de uma divergência entre as culturas académicas de ambas as partes.
Todos os que se deixam influenciar pelas opiniões das massas são ‘Mere Thinkers’, pois Emerson considera que a aceitação e o conformismo são características que não são compatíveis com a busca contínua do conhecimento, criando assim um discurso que atua, basicamente, à volta do reforço que existe na distinção entre as duas definições mencionadas, como uma separação entre o certo e o errado.

Monday, 17 October 2016

Leitura Criativa e Escrita Criativa segundo Emerson


There is then creative reading as well as creative writing

There is then creative reading as well as creative writing. When the mind is braced by labor and invention, the page of whatever book we read becomes luminous with manifold allusion. Every sentence is doubly significant, and the sense of our author is as broad as the world. We then see, what is always true, that, as the seer’s hour of vision is short and rare among heavy days and months, so is its record, perchance, the least part of his volume. The discerning will read, in his Plato or Shakspeare, only that least part, — only the authentic utterances of the oracle; — all the rest he rejects, were it never so many times Plato’s and Shakspeare’s.
Ralph Waldo Emerson
The American Scholar

Transcendentalism and the American Renaissance (notion of Mathiessen, American Renaissance, 1941)

Transcendentalism is based on the anti-empiricist conviction that the subjective mind determines the data from experience, and that subjective relation entails an intuition of the works beyond nature and the real (metaphysics). In that sense, Poe, Hawthorne, and possibly Melville, are transcendentalists.
However, American Transcendentalism, strictly speaking, is often circumscribed to a group of intellectuals who gathered around Concord and Boston and proclaimed themselves "transcendentalists", proposing to break the divide between nature and spirit and seeking for an authentic relation to nature, which they considered fundamentally good and the ground for benign ciphers to access transcendence.

see more in http://www.vcu.edu/engweb/transcendentalism/ideas/introduction.html

O transcendentalismo baseia-se na convicção anti-empirista de que a mente subjectiva determina grande parte da experiência, e que isso corresponde a uma intuição de um mundo para lá do físico e do real (metafísico). Neste sentido, Poe e Hawthorne, bem como possivelmente Melville, serão transcendentalistas. No entanto, o transcendentalismo americano propriamente dito é muitas vezes circunscrito ao grupo de intelectuais do século XIX, em torno de Concord e Boston, que se auto-proclamou "transcendentalista" e que, propondo derrubar a clivagem entre natureza e espírito, via na relação autêntica com uma natureza considerada fundamentalmente boa um meio essencial de decifrar a transcendência e eventualmente ascender a ela.
Hawthorne e Poe divergem desta noção mais estrita. O primeiro, oriundo de Nova Inglaterra como os restantes transcendentalistas, apresenta-nos uma versão bastante mais ambivalente e dúbia da natureza, muitas vezes má e traiçoeira, dependendo da capacidade do homem de decifrar correctamente os seus sinais, o que é visto inclusive como uma impossibilidade nos dois contos estudados na aula. O segundo, Poe, que é sulista, pende ainda mais para uma concepção de mal inato (e, como tal, de alguma forma necessário) e, relativamente à natureza e ao mundo físico, prefere o mais das vezes a sua abolição em favor da emergência de um mundo inteiramente espiritual, inconcebível pelos dados da experiência e da razão (daí o conceito de "transcendência destrutiva" que abordámos em aula).

Ver a página http://www.vcu.edu/engweb/transcendentalism/ideas/introduction.html, onde se toma a noção de transcendentalismo como difusa, mas modificando, em termos literários, o panorama americano, sendo indissociável da American Renaissance, o tal movimento de consciência crítica e criativa das letras dos Estados Unidos, em que Poe e Hawthorne têm também de ter um lugar.

HW for October 19 - Emerson and Marianne Moore (again)

Read the following poem by Marianne Moore, which certainly draws from some of Emerson's ideas in "The American Scholar"

THE STUDENT (1941)


"In America," began
the lecturer, "everyone must have a 

degree. The French do not think that 
all can have it, they don't say everyone
     must go to college." We 
incline to feel
     that although it may be unnecessary

to know fIfteen languages, 
one degree is not too much. With us, a 
school-like the singing tree of which
the leaves were mouths singing in
concert-

     is both a tree of knowledge 
and of liberty-
     seen in the unanimity of college 

mottoes, Lux et veritas,
Christo et ecciesiae, Sapient 
felici. It may be that we
have not knowledge, just opinions, that we 
     are undergraduates,
not students; we know
     we have been told with smiles, by expatriates 


of whom we had asked "When will
your experiment be finished?" "Science
is never finished." Secluded
from domestic strife, Jack Bookworm led a

     college life, says Goldsmith;;  
and here also as
     in France or Oxford, study is beset with 

dangers --with bookworms, mildews, 
and complaisancies. But someone in New 
England has known enough to say
the student is patience personified,
     is a variety
of hero, "patient

     of neglect and of reproach"-who can "hold by

himself." You can't beat hens to
make them lay. Wolf's wool is the best of wool, 

but it cannot be sheared because
the wolf will not comply. With knowledge as

     with the wolf's surliness, 
the student studies
     voluntarily, refusing to be less

than individual. He
"gives his opinion and then rests on it"; 
he renders service when there is
no reward, and is too reclusive for

     some things to seem to touch him, 
not because he
      has no feeling but because he has so much. 

Choose one of the following:
1. Sate the most striking similiarities and differences with Emerson's "The American Scholar"

2. Write your own creative writing piece (poem, short story, autobiography, etc.) based on one of these figures: "The Hero", "The Philosopher", "The Scholar", "The Poet". In the end, add 5 lines showing how your text relates to Emerson's writings. 




Sunday, 16 October 2016

Escrita Livre Cronometrada (free timed writing)


•Escrever sem parar durante 5, 10, 15 ou 20 min.
•Nunca levantar a caneta do papel
•Caso não se ache nada para escrever, escrever “Eu não tenho nada para escrever” (as vezes que forem precisas)
•Não atender a preocupações de gramática, ortografia, estilo, ou coerência
•Não riscar nem voltar atrás para corrigir (escreva-se a nova ideia, deixe-se a antiga)
•Trata-se de um exercício pessoal e privado, apenas partilhado por vontade do(a) autor(a), nunca objeto de avaliação
•NOTAS: 1. Uma variante possível é a “Escrita Livre Cronometrada com Tema ou “Prompt” (nome, palavra, etc.)

VANTAGENS

•No geral, desmistifica / torna mais confortável o ato da escrita
•Supera bloqueios, trabalha contra a auto-censura
•Percepciona a escrita como atividade (também) física, exigindo preparação e disposição do corpo
•Ajuda a encontrar temas de escrita
•Ajuda a encontrar motivações de escrita
•Ferramenta de auto-descoberta, expressão verbal do eu e empoderamento da escrita
•É útil na determinação de personagens, situações, ou cenários
•Indicadores apontam para a melhoria de competências de escrita, sobretudo no ensino de língua estrangeira

Friday, 14 October 2016

3 poems based on Nature by Miguel Maltez and Pedro Cristo

-->
I
Estrelas no céu,
Se não resplandecessem na perfeita noite,
Que seria de nós...
Seres superficiais e inacabados!

Para quê guardar a verdade?
Ela está à vista das jovens almas. 

Vejo a alma com os olhos da natureza.

Pétalas, trevos e colmeias e árvores e raízes ! 
Labirínticas, ferozes, quentes, atribuladas.
E rios e montanhas e florestas. 

Sozinho,
contemplo a beleza graciosa.
Nas estradas de conhecimento pintadas pela luz,
só quem vê para lá da árvore é ser.

Memória descritiva: 
Começamos este poema com a ideia de que as estrelas estão visíveis todas as noites para nos fazerem entender que somos mais do que seres simplesmente materiais. Há toda uma presença do 'sublime' e do intocável, que só podemos atingir com a contemplação.
A ideia de união está sempre presente em Emerson, tal como a de beleza como forma de restauro e purificação para o estado de espírito do homem. "Estradas de conhecimento " são as lições que nos são dadas por cada elemento da natureza, pintadas pela luz,  o primeiro dos pintores ("the firstof painters"). Não há nada que a luz não ilumine que não possa ser apreciado
pela sua beleza.
Nos dois ultimos versos, procuramos transmitir que a paisagem está sempre em constante alteração, e o mesmo local nunca é a mesma paisagem, há sempre algo que mudou, daí renascer sempre, mas sendo sempre bela, porque qualquer acto da natureza é belo ("Every natural act is graceful"). Esta beleza encontra-se em nós mesmos, num equilibrio entre nós e a natureza.  


II
Todas as noites
Deus acorda
E as estrelas ardem no céu do Universo:
quero tocar-lhe,
    quero senti-la,
        quero compreendê-la...

Inalcançável união divina!
De mãos dadas com o poeta,
Passeia sob a profunda luz do crepúsculo
E contempla a beleza da Sua maior criação:
A sublime exuberância da Natureza,
Plantações ancestrais que forjam o olhar…
A alma carece sem saber!

Memória Descritiva:
Este poema surgiu ao reflectir sobre a relação entre Deus e a Natureza. A natureza – aquela beleza sublime e incompreensível aos olhos do Homem – só poderia ter sido criada por Deus. O poeta atua como mediador e faz a ligação entre ambas as partes.

III
Sozinho,
na clareira ilumina-me a luz do sol,
por entre as árvores robustas.
O vento desenha-me o rosto,
oiço o falar da floresta.

Só estou sozinho se quiser,
porque só por milagre... 
se não caíssem folhas no outono, 
se não esverdeassem na primavera os campos,
estaria eu deixado à minha sorte ! 

No entanto, rodeia-me esta perfeição de circunferências rosadas.
E transparece em mim o exterior,
Num equilibro que floresce,
no qual o medo desaparece. 


Memória descritiva
Procuramos transmitir a ideia de solidão mais uma vez, e o elemento do homem sozinho na floresta " In the woods ... " como aparece no texto. Quando Emerson fala destes eventos da floresta ele diz no fundo que é lá que nós percebemos que não somos um ser superior à natureza ("egotism vanishes") , e é lá que conseguimos entender para além do material. É na floresta que regressamos à razão e à fé ("In the woods we return to reason and faith"), ou seja, lá  temos a possibilidade de pensar e sentir em simultâneo . Descobrimos que somos algo mais, para além de um corpo físico. Somos energia. 

Tuesday, 11 October 2016

Emerson, "Nature" , Idealism, Transcendentalism and the Over-Soul (by Carlota C. and Beatriz S.)

Transcendentalism is an American religious, literary and philosophical movement from the 19th Century, whose seed is the transcendental philosophy of Immanuel Kant (1724-1804).  Kant’s theory states that we cannot know objects in themselves, due to the fact that these can only be apprehended through the sensible apriori forms — instilled in our minds and conditioning our experience —  of space and time. According to this theory, all knowledge is transcendental that is concerned not so much with the object, but with our mode of knowledge of the object, in the sense that this should be possible aprior. When it is not, then Kant speaks  of Noumena (things themselves, which we cannot know, hence  they are transcendental to us) in opposition to the Phenomena (the appearances, which we can know). This consideration about knowledge is the basis for Idealism, a philosophical theory that defends that whatever exists is mainly known in a mental dimension, through ideas. Idealism refutes, thus, empiricism which claims that knowledge is accessed through sensorial experiences — cf. “In my utter impotence to test the authenticity of the report of my senses (...) it is ideal to me, so long as I cannot try the accuracy of my senses.”, in “Nature”, (pg.56). Idealism is paramount in understanding   the American Transcendentalism in the sense that the latter refers the existence of a spiritual state that transcends the physical and the empirical.  This movement, that is very much connected to Concord (Massachusetts) and to which names like Margret Fuller(1810-1850) and Henry David Thoreau (1817-1862) are permanently etched, emphasizes the spiritual over the material (“Thus even in physics, the material is degraded before the spiritual.”, in “Nature” (pg.48)) and for that, they find the formal religious structure lacking when compared with Nature. The transcendentalists defend that divinity exists in the individual (“…the currents of the Universal Being circulate through me; I am part or particle of God.”, in Nature, (pg.48-49 )).
Emerson expands on his idea that God lives within us in his Essay, ‘The Over-Soul’ (1841), in which he presents the concept of Over-Soul- spiritual essence or vital force present in all of us and that transcends the individual consciousness, due to the fact that all souls participate in it. This idea states each individual is a manifestation of creation and for that has an essential role in solving the mysteries of the Universe. As it is with Humans, Nature is too an expression of the divine — “If the stars should appear one night in a thousand years, how would men believe and adore; and preserve for many generations the remembrance of the city of God which have been shown!”, in Nature, (pg.48)) — and a key to solve it; Nature is nothing without Spirit: “Nature is not fix but fluid. Spirit alters, molds, makes it. The immobility or bruteness of Nature is the absence of spirit.”, in Nature (pg. 48-49), because spirit “creates” and “behind nature, throughout nature spirit is present” ( In Nature, pg. 59). Moreover, this “ineffable essence” is closely linked to men, since it “…does not build nature around us, but puts it forth through us…” and seeing as though “the foundation of man are not in matter, but in spirit” ( In Nature, pg. 61), it is possible to say that to Emerson the concepts of Man, Nature, Spirit and even God were closely related and could not be analyzed or perceived without one another.
The fact that by the end of “Nature” Emerson has, in a most inciting manner, urged the reader to “Build, therefore, [his] own world” (pg.62) because Nature is, in fact, his (“Out from him sprang the sun and moon…”, pg.61) is a perfect example of that Unity “within which every man's particular being is contained and made one with all other…”(In “The over-soul”).






References:
Significados. A priori. [online] Available at: < https://www.significados.com.br/a-priori/> [Accessed 09 October 9 2016].
Fernando Lang da Silveira, 2002. A Teoria do conhecimento de Kant: O idealismo Transcendental. [pdf]. Available at: < https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/10053/15383> [Accessed 09 October 9 2016].
Isignificado. Empiricismo. [online] Available at: < http://isignificado.com/significado/Empiricismo> [Accessed 09 October 9 2016].
Encyclopaedia Britannica. Idealism. [online] Available at: < https://www.britannica.com/topic/idealism> [Accessed 09 October 9 2016].
Philosophy Pages. Kant: Experience and Reality. [online] Available at: < http://www.philosophypages.com/hy/5g.htm> [Accessed 09 October 9 2016].
Stanford Encyclopedia of Philosophy. Kant’s Transcendental Idealism. [online] Available at: <  http://plato.stanford.edu/entries/kant-transcendental-idealism/> [Accessed 07 October 2016].
Emerson, W, R (1836). Nature. In M, Gato (Ed.), Literatura dos EUA-sécs XVIII-XIX: Antologia- Textos literários e Teóricos (pg. 47-61), 2016. Lisboa.
Web artigos. O transcendentalismo. [online] Available at: < http://www.webartigos.com/artigos/o-transcendentalismo/41648/> [Accessed 07 October 2016].
The free Dictionary. Over-soul. [online] Available at: < http://www.thefreedictionary.com/oversoul> [Accessed 07 October 2016].
The Over-Soul. [pdf] Available at: < http://www.worldculture.org/articles/The%20Oversoul%20by%20Emerson.pdf> [Accessed 07 October 2016].
Saber literário. Transcendentalismo informações avançadas. [online] Available at: < https://literaturanorteamericana2012fe.wordpress.com/2012/11/19/transcendentalismo-por-lucivania/> [accessed 07 October 2016].

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