Monday 13 February 2012

Acusações ao Domínio Britânico na Declaração da Independência (por Eurico Matias)


O domínio britânico sobre as colónias americanas é caracterizado (por Thomas Jefferson em particular) como uma tirania absolutista, injusta e sufocante – tirania personificada no rei George III ("He has..."), mas na verdade com o apoio de todo o povo Inglês que apoia as suas políticas e que deve deixar de ser considerado como povo irmão e passar a ser visto como inimigo.
Às colónias Americanas era-lhes agora negado o poder de legislarem por si póprias com autonomia e, em simultâneo, não recebiam qualquer atenção por parte do rei que não fosse a de cobrar impostos cada vez mais descabidos, ou de reprimir. As colónias não eram agora tratadas como província britânica mas como um país ocupado, só com obrigações e sem quaisquer direitos. De facto, as tropas britânicas (de ocupação) tinham agora poder de vida ou morte sobre os americanos, podendo assassiná-los à vontade, sem consequências que não julgamentos encenados. Com estas tropas actuavam mercenários estrangeiros e índios que praticavam massacres indiscriminados.
Mas ainda há mais: aos estados mais rebeldes não era permitido crescer em população ou manter câmaras de representantes próprias. Muito grave é considerado (por Thomas Jefferson) o facto de um rei cristão como o Inglês criar e promover o comércio de escravos africanos nas colónias, que são vistas, na verdade, como um mercado de escoamento para este "produto". Para terminar, é curioso que já na Declaração de Independência estejam presentes muitas das contradições (não tanto por culpa de Jefferson) que ainda hoje existem na nação americana: todos os homens são iguais, mas alguns são mais iguais que outros. Os índios são vistos apenas como selvagens sanguinários (isto apesar da guerra índia ser, de facto, como é descrita), e os escravos continuariam a sê-lo por muito tempo, pois o tráfico interessava tanto aos estados do Norte como aos do Sul.

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